Conciliação: Mantendo o foco no crescimento

Postado no dia: 17 setembro, 2024 / Artigos

Conciliação

Conflitos de interesses e litígios fazem parte da vida de qualquer empresa. Esses conflitos são inerentes à natureza humana e, por isso, inevitáveis no mundo corporativo, onde há sempre necessidades infinitas em contraponto com recursos limitados, sejam eles materiais ou pessoais. Tradicionalmente, muitas empresas buscam a solução desses conflitos através de processos judiciais, uma opção com justificativas históricas. No entanto, a interferência do poder estatal nem sempre é a melhor alternativa do ponto de vista empresarial, podendo ser demorada e dispendiosa. E neste cenário, uma alternativa eficaz e cada vez mais adotada é a conciliação.

Este método é voltado para a composição de conflitos. Nele as partes envolvidas, com a mediação de uma terceira pessoa – o conciliador –, discutem a possibilidade de um acordo para seu desentendimento. O papel do conciliador é fundamental: ele modera a conversa e apresenta alternativas, mantendo-se neutro para que ambas as partes possam sair vencedoras. Na conciliação, o objetivo é criar um ambiente cooperativo, permitindo que os envolvidos negociem termos que atendam às suas necessidades de forma justa e equilibrada.

Economia de tempo e recursos financeiros através da Conciliação

Um dos maiores benefícios da conciliação é a economia de tempo e recursos financeiros. Quem já passou por um processo judicial sabe que ele pode se arrastar por anos, acumulando custos ao longo do caminho. De acordo com o Relatório Justiça em Números (ano-base 2023) apresentado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 28/05/2024, houve um aumento de 9,4% na quantidade de processos em andamento em 2023, e a duração média desses processos chegou a quatro anos e três meses.

Essa realidade evidencia como a conciliação pode ser vantajosa para as empresas. A conciliação pode reduzir significativamente o tempo que um litígio levaria em um processo judicial, permitindo sua resolução em poucos meses ou até semanas. Além disso, ao optar pela conciliação, as empresas evitam diversos gastos relacionados ao trâmite processual, como custas judiciais, honorários advocatícios, despesas com peritos, emissão de documentos e o uso de recursos internos para acompanhar os processos.

Ainda segundo o relatório do CNJ, o Poder Judiciário arrecadou impressionantes 23,7 bilhões de reais em custas, emolumentos e taxas no ano de 2023. Esses números mostram como os custos de um litígio tradicional podem impactar o orçamento de uma empresa. Assim, a conciliação se destaca como uma alternativa mais econômica, liberando ativos financeiros que podem ser direcionados ao próprio negócio.

Preservando a reputação da empresa

Além da economia financeira e de tempo, a conciliação traz um outro benefício essencial: a preservação da reputação da empresa. Ao solucionar os conflitos de forma amigável e interna, as divergências permanecem restritas apenas entre as partes envolvidas, evitando a exposição pública e desnecessária das questões.

Quando um conflito chega ao âmbito judicial, ele pode se tornar de conhecimento público, o que pode afetar negativamente a imagem da empresa no mercado. Os consumidores e parceiros comerciais podem ver com desconfiança uma empresa envolvida em longos litígios judiciais, o que pode resultar na diminuição das vendas e na perda de oportunidades de negócios.

Ao optar pela conciliação, a empresa demonstra ao mercado seu compromisso com a resolução pacífica e colaborativa de conflitos, fortalecendo sua imagem de responsabilidade e profissionalismo. Isso é fundamental, especialmente em tempos em que a reputação e a transparência são elementos-chave para a confiança dos consumidores e investidores.

Fortalecendo relações comerciais

Outro aspecto positivo da conciliação é a possibilidade de preservar e até mesmo fortalecer os relacionamentos comerciais. Ao contrário de um processo judicial, onde geralmente há vencedores e perdedores, a conciliação se baseia no conceito de “ganha-ganha”. Nela, as partes não são vistas como adversárias, mas como colaboradoras na busca da melhor solução para a divergência.

Este ambiente cooperativo favorece a manutenção e o fortalecimento das relações comerciais, sejam elas com consumidores, parceiros ou outras empresas. A conciliação promove a comunicação e a compreensão mútua, criando oportunidades para vínculos mais sólidos e duradouros, essenciais para o sucesso a longo prazo de qualquer negócio.

A Conciliação como caminho estratégico

A perspectiva futura indica que a duração dos processos judiciais e as despesas associadas aumentarão ainda mais. Isso reforçará a importância da conciliação como uma escolha estratégica para as empresas. Optar por esse método de resolução de conflitos pode ser extremamente lucrativo para o empresário responsável, que, dessa forma, consegue reservar energia e recursos financeiros para o crescimento de seu negócio.

Além disso, ao apostar na conciliação, a empresa fortalece sua imagem no mercado, demonstrando seu comprometimento com soluções pacíficas e eficazes. Essa postura também contribui para a construção de relações comerciais mais saudáveis e duradouras, baseadas em comunicação e cooperação.

Os conflitos são inevitáveis, mas a maneira como lidamos com eles faz toda a diferença. A conciliação se mostra como um método eficiente e vantajoso para as empresas, permitindo a economia de tempo e dinheiro, a preservação da reputação e o fortalecimento das relações comerciais. No atual cenário corporativo, onde a resolução rápida e positiva de conflitos pode ser um diferencial competitivo, a conciliação surge como uma ferramenta poderosa e estratégica. Ao escolher a conciliação, as empresas apostam em um futuro mais colaborativo e sustentável, onde todos podem sair ganhando.

 

Gostou desse conteúdo? Confira mais sobre este e outros temas em nosso blog.

Amanda Rosito | Advogada | Conciliação